quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Jamais de la vie...

"E, como para despertar a minha memória, aproximei as narinas a manga do casaco onde esteva um pouco do perfume de Justine."

   "Nestes últimos tempos, quando, por qualquer razão, não podia encontrar-me com ela, desejava-a tão intensamente ao ponto de me dirigir a Pietrantoni para comprar um frasco de seu perfume. Em vão. A amável caixeira bem se afadigou a borrifar-me as mãos com toda a espécie de essências que havia na perfumaria, sem jamais conseguir descobrir o que procurava. Por uma vez ou duas pensei ter acertado, mas logo me desiludia. Faltava sempre alguma coisa - penso que era o próprio odor da pele, que o perfume nada mais fazia do que revestir. Todos os perfumes que me propunham careciam de um corpo. Foi somente quando, mencionei o nome de Justine que a rapariga tornou ao primeiro perfume que tínhamos experimentado.
   - Porque não o disse mais cedo? - exclamou num tom de censura profissional.
   Toda a gente, aprecia ela insinuar, conhecia o perfume de Justine, menos eu. Era imperdoável. Surpreendeu-me descobrir que o Jamais de la vie não era dos perfumes mais caros nem dos mais exóticos."

Trechos de Justine, de Lawrence Durrell.

Um comentário:

Ti disse...

Justine é nome de puta! HAHAHAHAHAHHAHAHAHA

;*