domingo, 27 de fevereiro de 2011

A menina que escreve...

Menina, poderia ter começado chamando-a de moça ou mulher, mas ela é tão novinha, tão delicada e mal experimentada que prefiro chamá-la assim de menina mesmo. Aprendeu logo e cedo coisa de adulto, descobriu que um sorriso leve pode disfarçar toda essa melancolia carregada. Então a menina guarda suas lágrimas para o seu travesseiro, aquele que por inteiro recebe sua cabeça repousada e sua dor inexplicada.

Até o dia que o sorriso já não é mais disfarce eficaz. Sempre tem aquele que descobre. E a menina que se sentia tão protegida e segura pelo leve sorriso agora pecisa de um novo refúgio. Daí ela se lembra de algo que ela sempre gostou mas nunca achou que soubesse fazer, decide escrever e usar as palavras para se manter. Quando está tudo bem ela escreve, quando está tudo péssimo ela escreve, o problema mesmo é quando ela não consegue escrever de tão perdida.

A menina percebe como escrever se torna sério e profundo e como ela já não pode viver sem isso.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Improvisando um diálogo qualquer...


“Sabe, a gente devia acabar com isso. Tá me machucando, já.”
“Por quê?”
“Porque você não pode me dar o que eu quero.”
“E o que você quer?”

Você.


P.s.: Qualquer semelhança não é mera coincidência.

De coração...


apertado. E eu nem sei porque.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sim, eu tenho medo...

... de ficar sozinha [na verdade, eu tenho pavor]. Sozinha como eu estava ontem, sozinha como eu me sinto hoje. De estar sozinha sempre, não podendo dividir todas essas minhas loucuras com alguém.

Mas acho que deve ser pior se sentir sozinha tendo alguém. Isso sim eu não quero para mim de jeito nenhum.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Aquela música...

Young and full of running
Tell me where's that taking me?
Just a great figure eight or a tiny infinity

Lá estava ela de novo, deitada naquele mesmo colchão e encarando o teto. Foram tantas as vezes que ela se encontrava dessa mesma maneiras nas últimas semanas que aquilo já tinha se tornado bem mais que um hábito.


Love is really nothing
But a dream that keeps waking me
For all of my trying
We still end up dying
How can it be?

Ela pensava junto com a música que tocava, a mesma que a embalou pelos dias anteriores. Como era possível uma música ser tão sua? Já não sabia mais se era ela, ou se era a música quem sentia. Ela só sabia que sentia.


Don't say a word, just come over and lie here with me
'Cause I'm just about to set fire to everything I see
I want you so bad I'll go back on the things I believe
There I just said it, I'm scared you'll forget about me

Aquele medo que ela já havia compartilhado tantas vezes antes, agora era só uma cósquinha no estômago, nada que a paralisasse como já acontecera outras vezes. O lustre do quarto balançava, as borboletas cor-de-rosa faziam pequenos vôos cujas rotas eram traçadas pelo olhar da moça.

So young and full of running, all the way to the edge of desire
Steady my breathing, silently screaming,
"I have to have you now"
Wired and I'm tired
Think I'll sleep in my clothes on the floor
Maybe this mattress will spin on its axis and find me on yours

Não havia nada. Nada mais para lhe atrapalhar o sono.

Edge of desire, letra e música de John Mayer.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Decidida

Sabe, eu cansei de reclamar da minha vida. 
Não que ela seja grande coisa, porque não é. Mas quem faz ela sou eu, não é? 
Então, decidi que ao invés de reclamar dela, vou torná-la melhor.
Andei quieta demais, fechada demais, infeliz demais. E acho que mereço uma fase melhor. 
Tá, talvez eu não mereça, mas mesmo assim, cansei das coisas do jeito que estão.

P.s.: Me chamaram de decidida e eu acreditei, agora me aguenta, né.