terça-feira, 10 de junho de 2008

Todos os olhares...



No momento em que ela pisou no salão todos os olhares viraram para ela. Ela entrou e tirou o casaco, enquanto a platéia acompanhava cada movimento seu. O olhar profundo, o grande e belo sorriso, a postura impecável, tudo era perfeito, ela parecia a criatura perfeita. Era o centro das atenções, e sabia disso. Havia um tipo de brilho a sua volta, como se ela fosse mais iluminada que nós, meros mortais. Ela se movia pelo salão com leveza, sorrindo e acenando a todos.
Ela continuava do mesmo jeito de quando éramos crianças. Desde a primeira vez que a vi, amei-a. Eu era apenas um garotinho olhando a rua pela janela, e ela apareceu, descendo do carro; ela era, e ainda é, a garota mais linda que eu já vi. Amei-a desde aquele dia junto à janela, e não houve um dia sequer após aquele que eu não tenha pensado nela.
Estar de volta àquele lugar, vê-la novamente, me deixou perturbado. Esperava já ter superado; mas eu não tinha. Ainda estava preso a ela e ao seu mundo. Talvez essa fosse a minha sina, amar a mulher que jamais me amaria. Sabia que nunca a teria em meus braços; mas ficar ali a admirando, mesmo que ao longe, me bastava.

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