Esse momento que relatarei a vocês, leitores, é daqueles dignos de um belo romance; daqueles que você vê nos cinemas, e chora junto. Bom, chora se, no caso, você já amou alguém, algum dia.
Era madrugada, aquelas horas mais escuras logo antes do alvorecer. Nossa mocinha está sentada no taxi, a caminho do aeroporto [só se estivesse chovendo pra ser mais clichê que isso]. Ela está sentada sozinha, carregando o peso de um coração inquieto e de memórias que invadem sua mente. Toda aquela viagem tinha sido em função disso, e mesmo assim, ela não fez. Pensava em como tinha sido covarde e boba, e que talvez nunca mais tivesse uma oportunidade como aquela perdida.
Olhava a paisagem pela janela do veículo, com algumas lágrimas se agarrando aos cílios. "Porque, meu deus, porque eu não falei pra ele?" e perguntava se por isso teria perdido tudo. Se tudo que ela queria havia ido por água abaixo apenas por três pequenas palavras não ditas. Aquelas palavras que ela imprimiu com maior força possível em cada beijo e olhar, mas que não conseguiram se soltar da língua sob a forma de som.
Ela iria para casa, para longe, de volta a sua vida, e talvez ele nunca soubesse o que ela tanto quis dizer/sussurar/gritar para ele. Naquele momento uma das lágrimas se soltou e caiu, brilhante e solitária por seu rosto. Ela limpou rapidamente, respirou fundo e pensou em como queria que ele tivesse ali ao seu lado perguntando porque ela tava com aquela carinha e ela finalmente pudesse responder "Bom, deve ser porque eu te amo".