Eu estou parada, o peso em meu braço esquerdo é grande então demoro a reparar em que tipo de lugar estou. O sol está bem de frente para mim, na altura dos meus olhos, o que me leva a crer que seja o entardecer, o vento sopra fraco e faz meu vestido roçar levemente as minhas pernas. Depois de piscar algumas vezes finalmente começo a compreender a paisagem que me cerca.
Estou no meio de um campo de batalha, sozinha. Eu sei que não deveria estar vestindo apenas aquele vestido leve, algo estranho está acontecendo e deveria fugir dali, não consigo explicar porque sei dessas coisas. Finalmente reparo no meu braço e entendo o motivo de todo o peso. Um escudo imenso de metal está preso a ele. A urgência de sair dali cresce, e eu estou começando a ficar muito assustada.
Algo se move exatamente aonde está a direção da luz do sol e não consigo identificar o que é. Vejo a figura se aproximar rapidamente na minha direção. Aquilo se move tão rápido que compreendo que não irá parar antes de me acertar. Preciso sair de onde estou, correr, mas não consigo, por mais que queria, sei que não posso me mover. Então me preparo para tentar usar o escudo e me defender.
Finalmente consigo ver o que está vindo e não posso acreditar no que é. Disso não posso, não quero, me defender. Isso eu protegeria com toda a minha força, com todo meu ser. Se for isso que vai me destruir, nem tenho escolha a não ser permitir. Está muito perto agora, não há mais nada a fazer. Abro os braços e sou atingida em cheio.
Sento na cama, passo os braços ao redor de mim mesma e começo a chorar...